A presente oficina integra uma série de atividades organizadas pela comissão de preservação da igreja de São Daniel Profeta, que se consolidou a fim de reunir esforços entre técnicos, instituições e fiéis na busca de melhorias na edificação, que há muitos anos resiste em Manguinhos, graças aos esforços da comunidade. Esta primeira ação tem por objetivo constituir um acervo coletivo-documental da igreja e das comunidades de Manguinhos, a partir dos acervos pessoais dos participantes da atividade.
A igreja de São Daniel, projeto de Oscar Niemeyer, foi construída em Manguinhos, em 1960. Ela representa o primeiro tombamento de arquitetura moderna realizado, na mesma década, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). Contudo, houve negligenciamento pelo Estado no que tange a manutenção e controle de seu entorno, permitindo um adensamento construtivo, que criou uma barreira físico-visual, dificultando o acesso ao bem que pertencia à roteiros turísticos-culturais. Outro fator, intensificado nas décadas posteriores, foi o da violência urbana, que tornou a comunidade de Manguinhos conhecida, recorrentemente, pelos episódios de confrontos armados e considerando-a uma das mais perigosas da cidade do Rio de Janeiro. Para além do entorno, ainda nos primeiros anos, documentos e reportagens apontam problemas na própria edificação por falta de manutenção. A chancela de “bem tombado” torna-se recorrente na fala dos fiéis, ora positivamente, ora negativamente, sobretudo no cerne de sua forma arquitetônica. Destaca-se que a mesma se mantém integra na paisagem, somente mediante esforços dos fiéis e comunidade de Manguinhos, demonstrando a importância da igreja para além do contexto religioso-histórico-cultural, destacando, sobretudo, o contexto social. Dessa forma, a presente oficina integra uma série de atividades organizadas pela comissão de preservação da igreja de São Daniel Profeta, que se consolidou a fim de reunir esforços entre técnicos, instituições e fiéis na busca de melhorias na edificação, que há muitos anos resiste em Manguinhos, graças aos esforços da comunidade. No próximo ano a igreja completará 60 anos, por esta marcante data a presente comissão tem organizado uma série de atividades para valorização e divulgação do bem para que, assim, possa viabilizar a tão sonhada obra de recuperação estrutural e restauração. Esta primeira ação tem por objetivo constituir um acervo coletivo-documental da igreja e das comunidades de Manguinhos, a partir dos acervos pessoais dos participantes da atividade. Na construção de diferentes narrativas, os participantes serão provocados com fotografias de missas, batismos, casamentos, festas ou quaisquer outras ocasiões, além de recortes de jornais e objetos, que ajudam a contar mais histórias sobre a igreja. Na mesma ocasião, será iniciada a constituição de uma linha do tempo histórica, onde os participantes adicionarão informações a partir de suas lembranças, através de relatos, além das fontes orais, bem como serão utilizadas fontes oficiais.
Parcerias: Casa de Oswaldo Cruz; Centro Universitário Augusto Motta; Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; Conselho de Arquitetura e Urbanismo; Docomomo; Escritório Metropolitano de Arquitetura, Inovação e Sustentabilidade; Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Estadual do Patrimônio Cultural; Instituto Niemeyer; Sociedade Fluminense de Fotografia.
O evento é gratuito.
Não é necessário fazer a inscrição.