MUSEU COMO INÍCIO, MEIO E FIM

MUSEU COMO INÍCIO, MEIO E FIM

Diante dos problemas humanitários que assolam o mundo, o Museu tem aproveitado para repensar e fortalecer a sua função na sociedade. As discussões e práticas sobre sua própria definição, questão ambiental, sustentabilidade, política, democracia, economia, e as crises que cercam o mundo, vêm mostrando mais uma vez a sua potência transformadora de fundamental importância no processo de reflexão e instrumento de ação.

Os Museus tornam-se dispositivos sociais num processo relacional com diferentes grupos e formas de expressão numa razão de ser início, meio e fim. Início, porque o museu é ou pode ser o início de um novo ciclo que se começa para um grupo, comunidade, ou sociedade, novos conhecimentos, aprendizados e início de transformação do olhar, ou que impacta na vida das pessoas numa ressignificação do lugar, e na potencialidade de transformar a história e memória local em valorização, renda e emprego.

Meio, pois, o museu é e pode ser a transição, o lugar de debates de discussão da melhoria, dos caminhos a serem seguidos pela comunidade, meio de resistência e de luta, onde acontece os processos, as negociações, a ferramenta de empoderamento de determinados grupos, e meio de transmissão da memória para as futuras gerações.

Fim, já que o museu também pode ser o término, no sentido de conclusão de um estudo, pesquisa, luta, como o fim de um ciclo, como finalidade, como o término de algumas representações e/ou simbologias, como último elemento de polissemia e disseminação. Poder ser o desfecho de histórias e memórias ou ainda a conclusão de uma comunidade.

Portanto, os museus são poderosas ferramentas de reflexão, inclusão e educação. Podem fazer a diferença junto a diferentes grupos e poderes locais, além de ser um importante instrumento de contribuição para conscientizar e alertar a gravidade das mudanças e ameaças mundiais, incentivando mais do que nunca o fortalecimento das redes, parcerias e a união em prol da existência da humanidade.

Por Vivianne Ribeiro Valença
Museóloga do Ecomuseu Ilha Grande
Coordenadora do Museu do Cárcere /
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ